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Paulo Bertussi

15/11/2017

Design e Política

Qual é o futuro? Como consertar o que nós mesmos, com nossa omissão permitimos construir?

Esta situação foi construída principalmente pela falta de participação nas decisões politicas da população em geral Se fôssemos seguir adiante nestas e outras constatações preencheríamos uma enciclopédia de improbidades, desmandos falta de ética, de moral e de consideração com a sociedade brasileira, construídos durante estes trinta e oito anos de constituição cidadã

Este artigo foi construído para deixar claro que o profissional que trata de design, estética, funcionalidade, filosofia, mercado, produção também é cidadão e como tal assiste, enxerga, analisa e tem opinião sobre política. De início cabe ressaltar que o Brasil é um país com índices muito baixos de politização. A maioria absoluta de população, até recentemente, não se interessava por politica partidária e muitíssimo menos por politica como ciência. Com a grave crise socioeconômica que estamos vivendo, a população em geral, mesmo em seus segmentos mais alienados, se viu bombardeada por uma avalanche de informações e passou a prestar mais atenção nos movimentos políticos, especialmente naqueles gerados por graves denuncias contra figuras conhecidas de todos os partidos políticos, com honrosas exceções.

Forçosamente passou também a prestar atenção nas crises regionais e locais, e constatar que, além do governo federal, estados e municípios apresentam situações de graves insolvências, em que por mais que se façam exercícios e análises, ninguém consegue apresentar uma saída em curto prazo, pois as despesas com pessoal ativo e inativo consome a maioria das receitas, quase nada sobrando para investimentos em áreas prioritárias, para o desenvolvimento. Esta situação foi construída principalmente pela falta de participação nas decisões politicas da população em geral. E aí cabe a pergunta: quem de nós cobrou de seu vereador, prefeito, deputado ou senador o que fez ou o que está fazendo no cargo que ocupa? Enquanto nós exercíamos este cômodo silêncio, assistindo a novela das oito, “Vossas Excelências” aprovavam, pressionadas pelo corporativismo sindicalista, todo tipo de benesses, avanços, boquinhas e penduricalhos nos salários dos funcionários públicos de todos os níveis e nos três poderes. Soma-se a isto o fato de que a cada troca de governo ou mandato todos os eleitos levam para o poder sua “tiurma” e com isto tem repartições onde não cabem todos os funcionários lá lotados, se chamados para trabalhar num mesmo dia.

Por outro lado há uma verdadeira farra nas aposentadorias de grande parte dos cidadãos aposentados, mas muito especialmente aqueles advindos dos poderes públicos com a tradicional pratica de incorporação de vencimentos extraordinários em momentos próximos da data de aposentadoria. Especialistas na área afirmam que há irregularidades na maioria da aposentadorias de alto valor. Neste quadro, a maior aberração, um verdadeiro absurdo, é que a média do valor da aposentadoria dos funcionários públicos é quase dez vezes, (dez vezes!) maior que a dos trabalhadores oriundos da iniciativa privada. Ou seja quem sustenta ganha menos que o sustentado! Se fôssemos seguir adiante nestas e outras constatações preencheríamos uma enciclopédia de improbidades, desmandos falta de ética, de moral e de consideração com a sociedade brasileira, construídos durante estes trinta e oito anos de “constituição cidadã”. Qual é o futuro? Como consertar o que nós mesmos, com nossa omissão permitimos construir? Há que se iniciar um movimento que una as pessoas de bem deste país para rever toda a estrutura de funcionamento do governo brasileiro por meio de  uma  nova CONSTITUIÇÃO FEDERAL a ser aprovada ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE,  eleita para este único fim. Cabe então uma pergunta: Quem iria aprovar uma nova constituição? “Vossas Excelências”?  Sim. A comissão nacional que iria organizar a nova constituinte daria um prazo para a aprovação do texto, sem emendas. Esta mesma comissão abriria uma conta judicial em um banco comercial privado para que, se não fosse aprovada a nova constituição no prazo definido, todos os cidadão contribuintes deixariam de pagar os impostos devidos aos governos e os depositariam nesta conta. Em uma semana secam os cofres do poder público! Seria a revolução sem tiros! Depois deste processo poderemos voltar a falar de design com mais sabedoria, e até ir mais longe com textos sobre estética na política, funcionalidade e a arte de nosso tempo...