Menu

Rita Costamilan

15/09/2020

A Epidemia do Câncer

Não existe uma única causa para o câncer, precisa existir uma predisposição individual, quantidade de exposição ambiental e uma incapacidade do organismo de reparar o dano causado pelos fatores ambientais

"O ideal é manter hábitos de vida saudável como alimentação equilibrada, atividade física, não fumar e não beber, mantendo a saúde mental, além de realizar exames de rotina para o rastreamento das neoplasias"

A palavra câncer foi descrita pela primeira vez por Hipócrates por volta de 400 A.C, e originou-se da palavra grega karkinos que significa caranguejo. Os detalhes da descrição foram devido a apresentação do tumor, geralmente um inchaço, com os vasos sanguíneos na sua volta. Desde a época de Hipócrates até os dias atuais, estamos debruçados nessa doença, que mundialmente é considerada uma epidemia pelo número crescente de casos. A ciência mudou  o paradigma no tratamento desta doença com chances curativas cada vez mais elevadas.

No Brasil são esperados para 2020 cerca de 620 mil casos novos de neoplasias, conforme a estatística do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Aproximadamente 30% dos casos são tumores de mama em mulheres e o mesmo número para tumores de próstata em homens, seguido de neoplasias de intestino e pulmão. As neoplasias hereditárias, que passam de geração em geração, são responsáveis por somente 15% dos casos, sendo o restante ocasionado por fatores ambientais, que na maioria das vezes podemos evitar. Os principais fatores de risco são: tabagismo, etilismo, obesidade, poluição do ar e da água, radiação solar e alimentação inadequada (excesso de gorduras e pouca ingesta de frutas e verduras). Todos estes fatores alteram a estrutura genética das células (DNA) através das substâncias que são chamadas de carcinógenos. Não existe uma única causa para o câncer, precisa existir uma predisposição individual, quantidade de exposição ambiental e uma incapacidade do organismo de reparar o dano causado pelos fatores ambientais.

A idade superior a 60 anos também é considerada fator de risco para as neoplasias, porque o processo de envelhecimento torna o organismo mais vulnerável ao desenvolvimento da doença, além desse grupo de pessoas terem sido expostas durante toda sua vida a substâncias cancerígenas. A melhora da tecnologia e desenvolvimento da medicina aumentou a expectativa de vida da população, sendo outro fator responsável pelo aumento crescente do número de casos. Conforme fonte do IBGE a expectativa de vida do brasileiro melhorou 30 anos desde 1940, onde as causas de óbito eram principalmente infecciosas e cardíacas. Nos dias atuais a idade média de um brasileiro é de 75 anos.

O desenvolvimento dessa doença é extremamente complexo, o que explica a dificuldade no tratamento. A cura está relacionada com o diagnóstico precoce e com medidas para prevenção. A sugestão é manter hábitos de vida saudável como alimentação equilibrada, atividade física, não fumar e não beber, mantendo a saúde mental, além de realizar exames de rotina para o rastreamento das neoplasias. Homens e mulheres a partir de 50 anos, ou aos 40 anos se tiverem familiares com história de neoplasia, devem periodicamente realizar exames indicados para rastrear as neoplasia mais frequentes.