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Roberto Rabachino

13/01/2018

O Vinho é arte / Il Vino è Arte

“Mais simplesmente ainda é arte, quando, mesmo que por um fugaz momento, aproxima os homens”

Poderia  o vinho ser incluído, com todo mérito, no mundo da arte?

Desde quando em minha vida o vinho entrou, sempre me questionei a respeito da pergunta: poderia  o vinho ser incluído, com todo mérito, no mundo da arte? Ao ver o meu pai extasiado diante de um cálice de bom vinho, ao entrar, quando criança, no templo laico que é uma adega, com seus grandes toneis, os perfumes de “incenso popular” das fermentações, havia algo de profundo, evocativo: era impossível não responder sim, o vinho é uma arte; para mim quase um ato de fé. É arte no sentido clássico e puramente estético pois naturalmente é produzido a partir de algumas regras aperfeiçoadas nos séculos pela experiencia e traduzida no incansável trabalho diário no vinhedo e na desesperada tentativa de não piorar na vinícola algo com que a natureza havia nos presenteado. Regras traduzidas e aperfeiçoadas por talentos incansáveis, quietos e determinados, com o único e derradeiro objetivo de demonstrar a Verdade no copo, a simples, incontestável e cristalina pureza de um grande vinho. É arte em sentido moderno, pois é capaz de transmitir emoções diretamente, sem a necessidade de explicações; como a música, como a pintura ou as outras belas artes. Com a capacidade de revelar e desvendar; evocar sensações e lembranças. É arte na interpretação única do homem, pois com as mesmas grandes uvas podemos vinificar dois grandes vinhos, embora diferentes, por dois grandes produtores. Mais simplesmente ainda é arte quando, mesmo que por um fugaz momento, aproxima os homens. Fico sempre intrigado com a intima semelhança entre o ato criativo de escultura, chamada à luz e destilada em forma pura, e a criação de um vinho excelente. É a matéria que chama o artista: a pedra espera àquele que consegue reconhecer a forma que ela guarda e a libere. A terra espera quem compreende a vocação e o amor e com sabedoria, visão clara e seleção severa, transforma uma promessa em cor, sabor, perfume, que faça vibrar de prazer aqueles que tem a sorte de a degustar. A arte não faz distinção entre uma pintura de Paul Gauguin de um vinho de Angelo Gaja.

 

Versão Italiana

 

Da quando nella mia vita è entrato il vino mi sono sempre interrogato su questa domanda: può il vino entrare a pieno titolo nel mondo dell’arte? Nel vedere mia padre estasiato davanti ad un calice fortunato, nell’entrare io da bambino nel tempio laico che è la cantina, con le sue monumentali botti, i profumi di ‘incenso popolare’ delle fermentazioni, c’era qualcosa di profondo, evocativo: era impossibile non chiederselo ed era impossibile non rispondersi si, il vino è un’arte; per me quasi un atto di fede. E’ arte in senso classico e puramente estetico perché naturalmente poggia su alcune regole perfezionate in secoli di esperienza e tradotte nell’instancabile lavoro nelle vigne e nel disperato tentativo di non peggiorare in cantina ciò che la natura ci ha concesso. Regole tradotte e perfezionate da talenti instancabili, quieti e determinati, con solo ultimo scopo di dimostrare la Verità nel bicchiere, la semplice, incontestabile e cristallina purezza di un grande vino. E’ arte in senso moderno perché capace di trasmettere emozioni direttamente, senza la necessità di spiegare; come la musica, come la pittura o le altre belle arti. Con la capacità di rivelare e svelare; evocare sensazioni e ricordi. E’ arte nell’interpretazione unica dell’uomo, perché con le stesse grandi uve possono essere vinificati due grandi vini, seppur diversi, da due grandi vignaioli. Più semplicemente è arte quando, anche se per un momento, assottiglia la distanza tra gli uomini. Mi colpisce sempre l’intima somiglianza fra l’atto creativo della scultura, chiamata alla luce e distillata in una forma pura e la creazione di un vino eccellente. È la materia che chiama l’artista: la pietra aspetta chi ne riconosca la forma contenuta e la liberi. Una terra aspetta chi ne intuisca la vocazione e con amore, sapienza, visione chiara e selezione severa, trasformi una promessa in un colore, in un sapore, in un profumo che facciano socchiudere gli occhi di piacere a tutto il mondo. L’arte non fa differenza tra una pittura di Paul Gauguin e un vino di Angelo Gaia.